Design Articulado | BLOG

Esta tal Inovação Disruptiva e o que ela tem a ver com Design

O design é uma forma de pensar que busca soluções mais simples, intuitivas e acessíveis para os problemas, o que é fundamental para a inovação disruptiva.

Era uma vez uma humanidade que, desde tempos antigos, sempre buscou soluções para os problemas que enfrentava. Desde a criação da roda, passando pela invenção da máquina a vapor e chegando aos dias atuais, a inovação sempre foi uma constante na vida das pessoas. Mas foi a partir do século XX que a inovação se tornou mais presente e importante, principalmente com a chegada da era digital.

Com a evolução da tecnologia, surgiram novas possibilidades de criação e produção de produtos e serviços. E foi a partir daí que a inovação disruptiva se tornou um conceito popular. Trata-se de uma forma de inovação que transforma o mercado e o modo como as pessoas vivem, oferecendo soluções mais eficientes e acessíveis do que as tradicionais.

…números e estatísticas mostram que o design e a inovação disruptiva são cada vez mais relevantes para a sobrevivência e crescimento das empresas.

As primeiras grandes inovações disruptivas na história da humanidade foram as descobertas da agricultura, da escrita e da tecnologia da construção de edifícios. A agricultura, que começou há cerca de 10 mil anos, permitiu que as pessoas se estabelecessem em um local e produzissem alimentos em grande escala, o que levou à formação de comunidades e à criação de sociedades mais complexas. A escrita, que surgiu há cerca de 5 mil anos, permitiu a comunicação à distância e a preservação do conhecimento, possibilitando avanços em áreas como a ciência, filosofia e tecnologia. Já a tecnologia da construção de edifícios, que teve avanços significativos há cerca de 3 mil anos, permitiu a construção de estruturas mais altas e duráveis, mudando a paisagem urbana e a forma como as pessoas viviam.

Outra inovação disruptiva importante foi a Revolução Industrial, que teve início no século XVIII na Inglaterra e se espalhou pelo mundo. Foi um período de intensa transformação, com a adoção de máquinas movidas a vapor na produção em larga escala, mudando a economia, a sociedade e a forma como as pessoas trabalhavam. As inovações tecnológicas da Revolução Industrial permitiram a criação de novos produtos e serviços, além de uma ampliação do acesso a bens de consumo, tornando-se um dos momentos mais impactantes da história da humanidade.

Mais recentemente, a internet e a tecnologia digital se tornaram inovações disruptivas que mudaram radicalmente a forma como as pessoas se comunicam, se relacionam e se informam. A internet permitiu a conexão em tempo real entre pessoas de diferentes partes do mundo, criando novas possibilidades de negócios e ampliando o acesso à informação e à cultura. As tecnologias digitais, por sua vez, possibilitaram a criação de novos produtos e serviços, como aplicativos, redes sociais e comércio eletrônico, transformando a economia e a forma como as pessoas interagem com o mundo ao seu redor.

E é nesse contexto que o design se tornou um elemento chave para a inovação. Por meio dele, é possível criar soluções criativas e inovadoras que atendam às necessidades das pessoas. O design é capaz de transformar ideias em produtos e serviços que impactam a vida das pessoas de forma positiva. Além disso, o design surge nas suas primeiras grandes escolas já como uma forma de pensar que busca soluções mais simples, intuitivas e acessíveis para os problemas, o que é fundamental para a inovação disruptiva.

As primeiras escolas de design do mundo surgiram no final do século XIX e início do século XX, em um contexto de grandes mudanças sociais e tecnológicas. Nessa época, a industrialização estava em pleno vapor e a produção em massa de produtos estava se tornando cada vez mais comum. Foi nesse cenário que surgiram as escolas de design, com a missão de formar profissionais capazes de projetar produtos melhores e mais funcionais.

Uma das primeiras escolas de design do mundo foi a Escola de Artes e Ofícios de Weimar, fundada em 1919 na Alemanha. Essa escola foi criada com a missão de transformar a sociedade através do design, e teve como principais fundadores os artistas Walter Gropius e Lyonel Feininger. A Escola de Weimar foi responsável por uma revolução no design, que passou a ser considerado como uma atividade artística e intelectual, e não apenas técnica.

Outra escola de design importante foi a Bauhaus, fundada em 1919 também na Alemanha, por Walter Gropius. A Bauhaus tinha como objetivo formar profissionais capazes de projetar produtos industriais com qualidade estética e funcional, em um período em que a produção em massa estava se tornando cada vez mais comum. A escola influenciou o design moderno e teve como principais professores artistas como Wassily Kandinsky, Paul Klee e László Moholy-Nagy.

Além dessas escolas, outras surgiram em diversos países, como a Escola Superior de Arte e Design de Ulm, na Alemanha, a Escola de Design de Chicago, nos Estados Unidos, e a Escola de Design da Universidade de Harvard, também nos Estados Unidos. Tais escolas de design foram fundamentais para o desenvolvimento de metodologias que permitiram a criação de produtos e serviços inovadores, capazes de atender às necessidades e desejos dos consumidores de forma mais eficiente e sustentável. Essas metodologias, baseadas em princípios como a empatia, a experimentação e a co-criação, têm sido amplamente aplicadas em diversas indústrias e segmentos, permitindo a criação de soluções disruptivas que mudaram o curso da história.

De acordo com um estudo realizado pela consultoria Design Management Institute (DMI), empresas que investem em design e inovação têm um desempenho financeiro superior à média do mercado. 

O estudo mostrou que empresas que fazem parte do índice S&P 500 e que têm um foco em design superaram as outras empresas do mesmo índice em mais de 200% em relação à valorização de ações ao longo de um período de dez anos. Além disso, o estudo também apontou que empresas líderes em design têm um retorno sobre o investimento em design quase duas vezes maior do que outras empresas que não dão tanta importância a esse aspecto.

Esses números e estatísticas mostram que o design e a inovação disruptiva são cada vez mais relevantes para a sobrevivência e crescimento das empresas. Através da aplicação de metodologias de design, é possível criar produtos e serviços que atendam às necessidades e desejos dos consumidores de forma mais eficiente e sustentável, gerando benefícios financeiros e sociais para as empresas e para a sociedade como um todo.

Mas a inovação disruptiva não é uma jornada fácil. Ela exige coragem, perseverança e muita criatividade. É preciso pensar fora da caixa, questionar o status quo e estar disposto a correr riscos. Afinal, a inovação disruptiva não é apenas sobre criar novas tecnologias ou produtos, mas sim sobre mudar a forma como as pessoas pensam e vivem.

A história da humanidade é marcada por grandes inovações que mudaram o seu curso. E a disruptura é apenas mais um capítulo dessa jornada. Por meio dela, é possível criar um futuro mais próspero, acessível e justo para todos. E o design é uma ferramenta poderosa nessa jornada. Com ele, é possível criar soluções criativas e inovadoras que transformam a vida das pessoas de forma positiva.

5 dicas de como alcançar inovações disruptivas através do design:

equipes com diferentes habilidades e áreas de conhecimento podem gerar soluções inovadoras e disruptivas para os desafios enfrentados pela empresa.

ao colocar o usuário no centro do processo de design, é possível entender melhor suas necessidades e criar soluções que atendam a elas de maneira inovadora.

o uso de novas tecnologias pode abrir novas possibilidades para a criação de soluções disruptivas, especialmente aquelas que permitem novas formas de interação com os usuários.

inovações disruptivas geralmente envolvem uma certa dose de risco, mas é importante que a empresa esteja disposta a correr esses riscos para alcançar resultados significativos.

entender as necessidades e expectativas dos consumidores, bem como identificar gaps de mercado e ponderar sobre os possíveis cenários futuros pode levar a ideias disruptivas.

Dinâmica em grupo para co-criação na busca de inovações disruptivas:

  1. Apresentação: O facilitador inicia a dinâmica explicando o objetivo da atividade e seus benefícios, enfatizando que o processo de co-criação pode gerar ideias inovadoras e disruptivas.
  2. Seleção do produto ou serviço: O grupo deve escolher um produto ou serviço para trabalhar durante a dinâmica. Pode ser algo relacionado à empresa ou algo que os participantes tenham interesse em aprimorar.
  3. Brainstorming: Inicia-se um brainstorming coletivo, onde cada participante deve expressar suas ideias, sem filtros ou críticas, para que todos possam participar livremente e contribuir com sugestões.
  4. Análise e seleção das ideias: Após o brainstorming, o grupo deve analisar as ideias geradas, selecionar as mais viáveis e discutir como elas podem ser aprimoradas ou aplicadas ao produto ou serviço escolhido.
  5. Prototipagem: Os participantes devem criar protótipos das ideias selecionadas, utilizando diferentes recursos, como desenhos, esboços, maquetes ou outras formas criativas.
  6. Apresentação: Cada grupo apresenta suas ideias e protótipos, explicando como elas podem ser aplicadas ao produto ou serviço escolhido e quais benefícios trarão.
  7. Discussão e feedback: Após as apresentações, o grupo deve discutir as ideias e fornecer feedback construtivo para que possam ser aprimoradas ou desenvolvidas.
  8. Ação: O facilitador deve encerrar a dinâmica incentivando os participantes a colocarem em prática as ideias geradas e a continuarem trabalhando em equipe para buscar soluções disruptivas e inovadoras.

É importante lembrar que o processo de co-criação é uma jornada contínua, e que as ideias geradas durante a dinâmica devem ser consideradas apenas como um ponto de partida para o aprimoramento de produtos e serviços. O design é uma ferramenta poderosa para a busca de inovações disruptivas, e a dinâmica proposta pode ser uma excelente oportunidade para que as empresas e equipes possam explorar novas possibilidades e transformar suas realidades.

Compartilhe este artigo:
LinkedIn
Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
Email
Print

Outros artigos que podem te interessar:

Experiência, o petróleo do novo século?

Experiência, o petróleo do novo século?

Desde os primórdios da humanidade, as experiências dos seres humanos têm sido objeto de análise e reflexão. Na Grécia Antiga, por exemplo, a filosofia surgia como uma forma de investigar o mundo e compreender a experiência humana.

Mesmo produto, diferentes interfaces

Mesmo produto, diferentes interfaces

Um dos desafios mais importantes do design de produto é criar soluções que atendam às necessidades e expectativas de diferentes usuários, levando em conta suas experiências, habilidades e necessidades específicas.